Ah esses "cidadãos de bem" aprontam cada uma

Paulo Sérgio Cândido Leal (foto) é um comerciante de 39 anos, casado, pai de família, um “cidadão de bem”, daqueles tão alardeados pelos divulgadores da política “todo mundo com uma arma na mão”. E Paulo Leal tinha uma. Uma espingarda, que levava no carro (algo ilegal), sem porte (outro crime), sem numeração (mais um para a lista).

A vida quis que Paulo Leal se envolvesse em um desentendimento de trânsito com Douglas Rafael Ebert Kappes, 27 anos, noivo. Paulo e Douglas, segundo a versão do Paulo, fecharam a frente um do outro, não houve grandes danos a nenhum dos carros, mas isso resultou em eles se encontrarem na frente de uma residência no Bairro Jardim Eldorado.

Douglas anotou a placa do carro de Paulo e essa atitude fez com o Paulo empunhasse, carregasse e disparasse a sua espingarda matando Douglas. Um assassinato a sangue frio. Por mais que Paulo Leal alegue legitima defesa (na entrevista que ele concedeu ao Jornal Pioneiro), ele era a única pessoa armada.

O mais intrigante é que até agora os defensores do “todo mundo com uma arma na mão”, não prestaram nenhuma solidariedade a família da vítima, nem condenaram publicamente o assassino confesso. Leal já havia se envolvido em outro incidente de trânsito, já havia inclusive tido outros "probleminhas" com a justiça. Quando alguém alega que teve um "probleminha" é que na verdade foi um problemão.

Estranho isso pois foi um “cidadão de bem”, aquele que eles tão lembrado nas campanhas contra o desarmamento, agiu como um intolerante assassino. Isso não poderia ser previsto? Claro que poderia. Leal já havia se envolvido em outro incidente de trânsito, já havia inclusive tido outros "probleminhas" com a justiça. Quando alguém alega que teve um "probleminha" é que na verdade foi um problemão. Então pessoas como ele seriam as primeiras a não ter posse de arma, por isso sua arma era ilegal. Andar com armas levam as pessoas a usar pelos mais variados motivos, na maioria das vezes fútil, como esse.

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