Pioneiro sai em defesa da burguesia caxiense

Até que provem o contrário os colunistas do Pioneiro sempre puderam escrever com liberdade. Liberdade em termos, pois para chegar ao posto de colunista de política, é porque os donos do jornal já conheciam muito bem a posição da pessoa.

Tanto isso é verdade que quando era necessária uma posição mais forte, vinda da cúpula do jornal, o colunista tirava “férias de um dia” e o editor-geral, Roberto Nielsen, assumia como interino. Parece que isso não é mais necessário. O novo responsável pelo Mirante, Pietro Rubin, ou tem um grande poder de autocrítica, não revelada, ou aceita fazer o jogo do “dono do jornal”.

O caso que estamos falando é sobre as denúncias de nepotismo na FAS. A presidente da Fundação, Maria de Lurdes Grison, contratava a empresa do filho para prestar serviços de informática, como foi denunciado pela vereadora Denise Pessoa (PT).

Na edição de sexta-feira, 08, Pietro foi direto:

“Resta saber o que pensa o prefeito José Ivo Sartori (PMDB): se vai apurar se houve irregularidade e tomar uma atitude e, na carona, dizer a público que não concorda com Geni, ou se vai deixar tudo como está”. (veja a edição online)

Entretanto, no sábado, 09, ele já mudou de ideia:

“A permanência de Maria de Lurdes Grison na FAS é uma garantia de que a cobiçada secretaria não será usada como ferramenta eleitoral em 2012”. (veja a edição online)

Os argumentos para isso são os mais bizarros possíveis:

1 – Ela não precisa trabalhar pois vem de uma família com sólida estrutura financeira (mesmo assim seu filho precisava trabalhar para a FAS);

2 – Ela faz questão de ajudar os necessitados (o filho dela tava precisando mesmo de dinheiro)

3 – “Se ela contratou a empresa, foi por uma necessidade técnica imediata, não foi por má-fé – avaliou o frei Jaime Bettega, referência ética na cidade” (o Frei tá defendendo ilegalidades?)

4 – Que a FAS corre o risco de ser usada como ferramenta eleitoral em 2012 (como assim? Isso acontece em toda a prefeitura colunista?)

No fundo está, na verdade, a tentativa de salvar a pele de uma representante da burguesia caxiense. Se fosse uma pessoa com menos dinheiro, sobrenome ou fama seria acusada, julgada e condenada pelo Pioneiro.

Como não é o Pietro Rubin, a serviço dos seus chefes, está fazendo um abafa no caso e a farra continua rolando.

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