Operação Fabuloso desmonta mais uma fraude contra os cofres públicos

Uma investigação do Ministério Público que recebeu o codinome de Fabuloso, apurou fraudes de quatro empresas fornecedoras de sanitários químicos em prefeituras do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. As empresas investigadas, Sócontainer, Tecnisan, Pipi Móvel e Toalete, todas pertencentes a mesma família manipulavam editais por funcionários públicos em favorecimento da exclusão de concorrentes, a elaboração de cartas convite priorizando empresas de determinada família e a cartelização de contratos.

As fraudes podem chegar a R$ 15 milhões e, entre os eventos investigados, está a Festa da Uva. Durante a festa a empresa Tecnisan forneceu 30 sanitário, por licitação, para a Prefeitura, a um custo unitário de R$ 25,00 por dia cada. Já para a comissão comunitária, presidida por Gelson Palavro o custos dos banheiros quase dobrou, chegando a R$ 45,00 por dia cada.

A Festa da Uva não precisava licitar, mas isso não significa que não deva procurar o menor preço, que não foi o que aconteceu. Há alguns anos já circula a informação, a boca pequena, que os valores que a Festa da Uva paga aos fornecedores, por serviços ou os caches são muito superiores aos valores praticados pelo mercado.

E desmantelamento dessa quadrilha da fraudadores acabou comprovando que isso é uma realidade. A Festa da Uva pode não ser uma empresa totalmente pública, mas os seus recursos veem de patrocínios do governo federal, estadual e municipal, além do valor pago pelos ingressos.

A corrupção é uma coisa que está impregnada na nossa cultura e não é só culpa dos políticos. O empresariado tem muita culpa, se não podemos dizer que eles tem a maior culpa. Esse caso demonstra como se forma um cartel em um setor e esses empresários passam a combinar valores para se beneficiarem. É uma verdadeira quadrilha criminosa.

Mas mesmo com problema o setor público ainda, no caso de Caxias, saiu-se melhor. Como fez licitação acabou pagando menos. A Festa da Uva gerenciada por um empresário (que tinha algum renome em Caxias), pagou um valor muito superior. Palavro disse a revista O Caxiense que não houve nenhuma irregularidade. Se realmente não houve então ele foi logrado.

O pior dessa história toda é que  Cesar Augusto Viezzer, considerado o chefe da quadrilha, é reincidente. Em 2002 Viezzer junto com mais 8 pessoas foram condenados pela justiça por fraudes contra o INSS, que na época somavam mais de R$ 276 mil. Entre os anos de 1996 a 1998, eles descontavam o INSS dos funcionários e não repassavam para a Previdência. Não era o caso de uma ficha limpa para os empresários também?


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