Coligação pró Alceu Barbosa Velho não está sendo construída sem crises

Decisão de apoiar Sartori fez
Golin deixar o PP
Diferente do que aconteceu com o atual prefeito a coligação de vários partidos em torno do nome de Alceu Barbosa Velho (PDT) e Antonio Feldmann (PMDB) não está sendo tranquila. A chapa que representa o continuísmo tem deixado desafetos ao longo do caminho.

Sartori reelegeu-se prefeito com uma união de 15 partidos. Muitos dele extremamente inexpressivos mas que serviram para aumentar o tempo de  rádio e tevê durante a campanha. Em troca receberam cargos no atual governo, muitos cargos. Além disso outros partidos "nanicos" foram criados aumentando ainda mais o loteamento da prefeitura.

Porém o que foi fácil, quatro anos atrás, tem se mostrado complexo nesse ano. A primeira resistência veio de "dentro de casa". Seguindo uma orientação nacional que exigia que o PMDB lançasse candidaturas próprias nas grandes cidades, Mauro Pereira colocou seu nome a disposição. Fritado, em banho-maria, pela direção partidária, Mauro sofreu duas derrotas, quase humilhantes, na Executiva e no Diretório. De bem com o conjunto dos filiados e mal na direção a candidatura de Mauro foi enterrada com pá de cal para dar passagem a Feldmann ser o candidato a vice de Alceu. Mauro saí profundamente magoado com a direção partidária desse episódio e fica a pergunta: Para onde vão migrar os 10% de intenção de votos que ele teria segundo a pesquisa do Correio do Povo?

Outra liderança do PMDB que sai bastante contrariada dessa decisão é o ex governador Germano Rigotto. Ele defendia a tese da candidatura própria no primeiro turno como forma de fortalecer o partido na cidade e no estado. De olho nas eleições de 2014, para governador, a estratégia seria justificada pois, uma candidatura própria, ajuda a marcar o número 15, do PMDB, junto ao eleitorado. Ajudaria, também, aos candidatos do PMDB na região nas cidades que não tem programa de teve. Ver o número do partido sempre fortalece o candidato local.

O PP define por Alceu mas vai rachado
A definição do PP em apoiar Alceu/Feldmann, tomada no sábado passado, deixou feridas também entre os progressistas. Ricardo Golin, defensor de uma aliança com o PT, que garantiria ao partido um nome de vice-prefeito, desfiliou-se do partido e saiu atirando: “Essas pessoas preferem manter tudo como está e garantir seus cargos. Inclusive, essas pessoas queriam que a votação fosse fechada, para não precisar se expor. Como foi aberta, ficou explícito que a garantia dos cargos era a maior motivação para votarem pelo apoio ao Alceu. Se apoiássemos a Marisa, também haveria oferta de cargos ao partido, mas pelo menos isso aconteceria com uma maior exposição da sigla. O PP é muito grande para participar das eleições apenas com candidatos a vereador”, disse Golin a Revista O Caxiense.

Golin se desfilia e leva um setor importante, não de filiados, mas te apoiadores, principalmente entre o empresariado local que fará falta aos candidatos progressistas a vereança. O PP vem, ano a ano, diminuindo sua bancada na Câmara. Em 1996 elegeram 3 vereadores, em 2000, 2; Nas eleições de 2004 apenas 1 eleito e na eleição passada, nenhum. Arlindo Bandeira, do PP, é suplente da coligação e uma das pessoas que detêm CC no governo Sartori, embora ninguém saiba dizer exatamente qual a sua função.

Apesar da pressão da direção PTB também deve confirmar apoio
Outro partido que deve confirmar apoio a Alceu/Feldmann é o PTB. Apesar da pressão que o partido recebe da direção nacional e estadual para o lançamento da candidatura própria o gosto pelos espaços políticos no governo Sartori deve falar mais alto. O maior sartorista dentro do PTB, Adiló Didomênico, seria a aposta da direção do partido, porém, ele não faria nada que prejudicasse seu "líder". Se essa decisão for tomada deixará uma figura importante do partido extremamente contrariada. O ex-prefeito Manuesto Serafini e Filho defende que o partido tenha candidatura própria no primeiro turno. Apesar de estar anos afastado da atuação política mais cotidiana, Mansueto ainda detém um nome com forte representação dentro de setores da cidade. Essa seria outra "personalidade" que não subiria no palanque de Alceu/Feldmann.

O G6 esfarelou
A candidatura de Milton Corlatti, DEM, parecia que ia formar uma grande ruptura num grupo chamado G6, composto por 6 partidos que coligaram na proporcional nas eleições passadas (DEM, PHS, PV, PMN, PR, PSC). Desses somente o PR tem alguma expressão com Edson Mano como secretário de Sartori. Só que, por um lado, a inabilidade política de Corlatti, e por outro a proposta de mais espaços, leia-se cargos, no governo acabou fazendo com que o G6, virasse G5. Perdeu o DEM que fica isolado numa candidatura a prefeito que talvez tenha o apoio do PSDB.

O PPS ia sair mas....
O PPS, ex-PCB, tinha aventado a possibilidade de coligar-se com o PCdoB que em anos passados faziam parte do mesmo partido. A possibilidade não vingou pois, de socialista, o PPS só preservou o nome. Extremamente pragmático a direção do PPS estava reclamando que 4 CCs era pouco, queria mais. Não sabemos se o PCdoB ofereceu algo, mas o risco de ficar sem nenhum deve ter pesado mais na balança dos ex-comunistas. Tão pragmático quanto é o PSB caxiense, que tem como dono, Eloi Frizzo. O suplente de vereador manda no partido que tem como presidente Adriano Boff, que teve uma passagem pouco memorável pelo movimento estudantil da UCS. Apesar de ser base do governo Tarso e tem o vice governador, o PSB caxiense não fica nem um pouco ruborizado de se coligar com o partido que é franca oposição ao governo estadual. Sobra pragmatismo, falta fidelidade partidária.

Por esses e outros movimentos é que talvez seja difícil para Sartori transferir seu prestígio para o candidato situacionista. É bom lembrar que a debandada de muitas lideranças partidárias, descontentes com a construção da candidatura Rigotto, em 1996, ocasionaram a eleição de Pepe Vargas. É esperar para ver.


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