Ainda haverá surpresas nas alianças em Caxias do Sul

Quem dissesse, no ano passado, que as eleições de Caxias do Sul teriam tantas surpresas na fase de articulação seria chamado de maluco. Porém o Polenta News já falava em outubro do ano passado (leia aqui) que seria muito difícil para o candidato do governo, Alceu Barbosa Velho (PDT), manter a mesma amplitude de alianças que Sartori construiu em 2008.

Isso está cada dia mais evidente pela dificuldade de manter a base unida. Mesmo os partidos que já declararam, ou decidiram, apoio à Alceu poucos o fizeram sem grandes rachas internos. O exemplo mais marcante foi o do próprio partido de Sartori, o PMDB, que enterrou com pá de cal a tese da candidatura própria defendida por Mauro Pereira (que aparecia com 10% nas pesquisas).

Após o PP, que pelos planos da Senadora Ana Amélia Lemos, deveria ter mais visibilidade nas eleições municipais, rejeitou aliança com Marisa, que lhe garantiria a vice e optou por ser coadjuvante, ao contrário por exemplo de Porto Alegre, na candidatura de Alceu. Isso gerou um racha no partido que pode levar a desfiliação de Ricardo Golin uma de suas grandes lideranças.

O PTB foi outro, que tensionado, quase rachou. Porém um movimento da direção estadual acabou fazendo o partido ficar em compasso de espera. Com uma pesquisa na mão, mostrando bons índices de Mansueto e Adiló, a tese da candidatura própria passou a ser vista com bons olhos. Se depender de Mansueto, não saíndo a chapa própria o PTB deveria garantir o vice com Marisa, porém a maioria da direção provisória acha que o partido deveria ficar com Alceu, mesmo sem participação de ponta na coligação.

Entre os partidos pequenos o PSC chegou a ser anunciado como vice de Corlatti, porém a direção estadual não confirmou a aliança e tudo indica que deverá ser mais um partido que ingressará na aliança pró Marisa Formolo.

Na sexta-feira o PV anunciou apoio a Marisa Formolo (PT). Essa atitude porém causou mais barulho entre os partidários de Alceu já que a direção local teria definido apoio ao pedetista. Acontece que o presidente local, Adão de Oliveira, parece que levou 3 meses para perceber que havia sido substituído pela direção estadual, por Joelso Loch. Portanto o presidente, que não era presidente, deu um apoio que não tinha autoridade para fazer. Muitos dirão que o PV está rachado. Claro que sim, assim como os outros que citamos aqui.

A eleição municipal desse ano em Caxias pode ter um efeito positivo entre as siglas partidárias se elas utilizarem esse processo para se organizarem estruturalmente e politicamente na cidade. A "sopa de letrinhas" que foi criada para garantir o máximo de tempo de TV para Sartori não resultou em organização partidária. As siglas simplesmente existiam cartorialmente. E isso foi notado nas eleições estaduais e nacionais de 2010, onde os partidos, recém criados em Caxias, não fizeram nenhuma diferença para suas direções estaduais. Por conta disso que muita gente tá tendo que levantar da cadeira e sacudir a poeira.

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