Especulação fundiária em Vila Oliva: Nós alertamos
Ele alega que área tem boa fertilidade, baixa declividade e ótima logística. Sem nada, custaria R$ 25 mil por hectare. Acrescenta que sobre o sítio está implantado um pomar com alta tecnologia disponível, com produtividade média de 40 mil quilos de maçã por hectare e previsão de 30 anos de vida útil.
O total das desapropriações totalizaria, segundo ele, R$ 55 milhões.
Mas "pera lá"! Quando a CIC, Prefeitura e outras "forças vivas" optaram por essa área não sabiam que ela era tão nobre? O Polenta News já havia alertado, ainda em novembro do ano passado (leia aqui), que havia um grande risco de supervalorização das terras do futuro aeroporto, principalmente porque eram apenas 7 pessoas as donas dos 445 hectares. O que era para ser uma vantagem, poucas pessoas para negociar, está perto de virar um grande problema.
A ganância dos proprietário das terras somado com o que parece um processo obscuro de escolha do local, poderá, ou inviabilizar a construção do novo aeroporto, ou atrasar sua conclusão em muitos anos.
E de quem é a responsabilidade por isso? Na minha opinião o principal resposável é a Câmara de Indústria e Comércio, CIC, que utilizou-se de todos os lobbys possível, e não, para que o local escolhido fosse em Vila Oliva. Cabe agora a entidade dar explicações sobre os motivos, que ficaram escondidos, da escolha da área.
Movimento para valorizar a área
Diferente de outras grandes desapropriações parece que houve um movimento dos proprietários buscando valorizar suas propriedade. Na foto desse post Nelson Balardin, dono de 450 hectares sendo que 250 deles serão utilizados na área do aeroporto mostra a área que seria desapropriada para a CIC e seus convidados.
Já no intuito de valorizar sua área ele mandou uma carta para o Pioneiro, que foi publicada no dia 27 de fevereiro de 2008, Nelson escreveu:
Contradizendo a declaração do engenheiro Fernando Bizarro (edição de segunda-feira), o local sugerido para a construção do novo aeroporto regional, em Vila Oliva, abriga um dos últimos exemplares de mata nativa dos campos de cima da serra, com vestígios indígenas, e pertencente à bacia de captação do Rio Guaíba. O local também abriga uma das maiores áreas produtoras de maçã do Estado, responsável por 400 empregos diretos e com reflexos na economia local.
Nelson Balardin - Caxias do Sul
Se o local tem tanto produção agrícola e gera tanta renda porque realmente ele foi escolhido? Não houve jogo de interesses em fazer com que os grandes proprietários ali ganhassem dinheiro? Não acontecerá o mesmo nas áreas adjacentes ao empreendimento?
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