Conscientização ambiental ou propaganda política

Só participou do evento oficial quem diz "Sim, Sartori"
[Foto: Luiz Chaves]
Como em centenas de cidades em todo mundo, em Caxias também houveram atividades relativas ao Dia Mundial do Meio Ambiente. As atividades são distribuídas durante uma semana e, no dia 5 de junho, há uma atividade "comemorativa" no centro da cidade.

Essa comemoração deveria ser uma grande atividade de conscientização sobre a preservação ambiental. Pois foi exatamente isso que mais faltou na atividade organizada pela Prefeitura de Caxias do Sul. Esse fato nos foi alertado pelo Instituto Orbis, que é uma entidade ambiental extremamente conceituada de nossa cidade.

Em uma nota pública divulgada pela entidade, o Instituto Orbis cobra não ter sido convidada pelo poder público a participar das atividades da Semana do Meio Ambiente. A entidade participa das atividades desde a sua fundação, em 2005, e esse foi o primeiro ano que ela ficou de fora.

Olhando a lista de entidades parceiras das atividades no site da Prefeitura encontramos, evidentemente, os órgãos públicos, algumas escolas, universidades e, quase nenhuma entidade ambiental. Bom das duas, uma. Ou não existem entidades ambientais em Caxias do Sul, ou elas não foram chamadas a participar.

Como sabemos que existem, logo, elas foram boicotadas. E qual seria o motivo para isso? A luta permanente dessas entidades contra a política de moto serra que o governo Sartori tem. Durante esse governo foram inúmeras as denúncias, e cobranças, por parte das ONGs ambientais, contra a liberação de licenças ambientais  para cortes de árvores que são desnecessários ou para obras que poderiam ser feitas em outros locais.

As entidades pagaram um alto preço por não fazerem coro ao discurso único do governo Sartori. E a população também. Como diz a nota:

O Dia Mundial do Meio Ambiente foi realmente pela metade em Caxias do Sul. Houve boicote do organizador. Houve intenção, houve dolo no evento de hoje para que os cidadãos caxienses não pudessem ver outro lado do seu próprio meio ambiente. Foram caçados os direitos do cidadão de conhecer mais da realidade ambiental de onde vive, mesmo que de forma apenas verbal, em uma conversa de quiosque, já que o Instituto Orbis não dispõe de recursos para grande aparatos exuberantes para mostrar ao povo.

O poder público esquece que, depois de ganha uma eleição, ele governa para toda a sociedade e não só para eleger seu sucessor. Fica muito mais fácil fazer propaganda e pousar para fotos quando só um lado está presente nas atividades.

Infelizmente toda a mídia caxiense reproduz somente o discurso oficial e ignorou totalmente que há vozes distoantes  da política ambiental do governo municipal.

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