O lucro não pode ser tudo

Um bom exemplo partiu de uma tradicional loja de Caxias do Sul. Ao contrário dos empresários ávidos por lucros cada vez maiores, o Magnabosco, decidiu não abrir sua loja no domingo, perdendo vendas de um dia "gordo". O "gordo" nesse caso é para o lojista, pois o funcionário perde, e muito, com esse consumismo.

É falsa a ideia de que isso irá gerar comissões maiores, que lojas abertas aos domingos trazem mais empregos e geram turismo. Essa balela é contada há muitos anos. Na legislatura passada chegou a ser apreciado na Câmara de Vereadores de Caxias um projeto de lei que proibia a abertura do comércio aos domingos. O projeto foi rejeitado por maioria dos vereadores.

Vamos deixar bem claro que a abertura do comércio aos domingos é prejudicial para o trabalhador. Ele perde tempo com a família, perde tempo de lazer e em troca ganha uns trocados a mais. O comerciário é uma das categorias que mais sofre com jornadas de trabalho extenuantes. As longas jornadas de trabalho (na maioria pagas em banco de horas e não com horas extras) acontece porque os lojistas não contratam um número maior de comerciarios. Mesmo com o grande número de vagas abertas todo o fim de ano elas não se consolidam depois de março (término das férias) gerando uma grande rotatividade.

A abertura do comércio de rua nos finais de semana também não gera mais turismo. Você viaja para uma outra cidade para comprar uma geladeira? O turismo é gerado por uma série de outras medidas. Numa cidade onde restaurante fecha às 22 horas, achar que somos turísticos é bobagem.

Tá na hora do empresariado começar a seguir mais exemplos como esse e se preocupar menos com o lucro e mais com que constrõem a sua riqueza no dia a dia.

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