Obra mais cara e polêmica da história de Caxias é inaugurada. Incompleta!

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
O que não faz poítico em fim de mandato para deixar o nome na placa, né? Inaugura até obra incompleta. A barragem do Marrecas, a mais cara e controversa obra da história de Caxias, foi inaugurada hoje, porém nenhuma gota de água de lá estará nas torneiras de nossas casas por vários meses. Isso porque, além do lago da represa não estar cheio ainda há obras que ainda estão sendo licitadas ou terminadas. Se tudo correr bem somente em abril ou maio, ou talvez no inverno, a barragem estará operando em parte da sua capacidade.

Apesar disso uma grande festa foi marcada para hoje e os meios de comunicação, que recebem fartos recursos públicos em publicidade, só tecem elogios ao grande feito do prefeito Sartori. Nós, que não recebemos esses recursos, podemos falar o que os outros esquecem.

Com certeza a obra beneficiará milhares de pessoas, isso não há dúvida, mas a que preço? O orçamento inicial de R$ 100 milhões, mais do que dobrou, chegando a R$ 250 milhões. Boa parte desse dinheiro é um financiamento, que será pago pelos próximos prefeitos. Para quem vive dando discurso que obras públicas jogam dinheiro no ralo, uma obra que custa o dobro do orçado inicialmente não deveria deixar a população, no mínimo com uma pulguinha atrás da orelha?

Outra questão controversa foi a ambiental. A obra projetada nos anos 1960 seguia uma lógica existente na época: "a natureza precisa ser domada". Em 50 anos evoluimos um pouco nesse conceito e também na tecnologia. A licença ambienta na Fepam foi conseguida com um "canetaço" durante o governo Yeda. O levantamento sobre o número de árvores que foram cortadas, entre elas milhares de pinheiros, foi feito no chute. Depois de uma batalha judicial o corte acabou autorizado já que o prejuizo seria muito maior, para os cofres públicos e não para a natureza. Corre, a boca pequena, que para ficar pronta para o enchimento do lago nem toda a mateira foi removida e parte dela teria sido enterrada no local.

Agora a obra está pronta. Resta saber quando o Samae irá reduzir o desperdício de água tratada em Caxias do Sul. Segundo dados da própria companhia 60% da água tratada é perdida antes de chegar em nossas casas, isso é o mesmo volume de água do Sistema Marrecas. A rede de água, principalmente a mais antiga tem constantes vazamos e o Samae não realizou nenhuma manutenção dessa rede pois todos os recursos estavam destinados para o Marrecas, que precisava ser inaugurado pelo Sartori. Vejam só como são as coisas.

Dilma demonstra republicanismo na inauguração da barragem

A presidenta Dilma, na inauguração da barragem do Marrecas, foi uma presidenta. Foi republicana. Isso é o que queremos de nossos governantes. Nesse quesito todos os atuais e futuros governantes se sairam muito bem. A vinda da presidenta se concretizou pela articulação feita pelo Ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas (PT), junto ao Palácio do Planalto. Isso deu mais peso a inauguração. Não é a primeira vez que a presidenta ressalta que a diversidade de nosso parque metal mecânico é exemplo para o Brasil. Ela fez isso novemente hoje, monstrando que o caminho seguido, por Caxias do Sul, foi o inverso de outros centros que acabaram se desindustrializando pela entrada de produtos, importados, mais baratos.

Dilma ainda falou da meta de erradicar a pobreza do Brasil, que desde o início do governo Lula, já tirou mais de 18 milhões de brasileiros da linha da pobreza.

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