Um novo Papa só nas aparências, na ideologia tudo igual

Jorge Mario Bergoglio, que passa a se chamar Papa Francisco I, chegou cheio de novidades. É o primeiro em 500 anos a substituir um Papa que renunciou. É o primeiro Papa do hemisfério sul e o primeiro Papa da América e o primeiro Jesuita a ser Papa. Também fazia 1200 anos que um Papa não era europeu (Gregório III nasceu na Siria e foi Papa entre 731 e 741).

Tirando essas novidades, o resto é tudo igual. O novo Papa é a fina flor do conservadorismo. É contra o aborto, a eutanásia e contra o casamento gay. Ele se opos firmemente, em 2010, ao projeto de lei que permitia a união homossexual na Argentina. Na época escreveu: " Não vamos ser ingênuos, não estamos falando de uma simples batalha política, é uma pretensão destrutiva contra o plano de Deus". Ele também afirmou que a adoção de crianças por famílias homosexuais é "uma forma de discriminação contra a criança".

Pesa sobre ele também a acusação de responsabilidade pelo sequestro de dois jesuitas pela Marinha Argentina durante a ditadura militar no nosso vizinho. Para Francisco I o mundo ideal seria aquele que é mais próximo do fundamentalismo religioso (xiitas, talibãs, e congêneres) do que o que chamamos de mundo ocidental.

Outro fator, que não é novo é os micos que a mídia paga na cobertura de eventos desse porte. Nenhum "vaticanista" contratado pelas emissoras de TV como entendidos no assunto citou o Cardeal Bergoglio entre os favoritos. Informações que começam a circular agora falam que na eleição de Bento XVI ele teria feito 40 votos, o que é muito, ele ficou em segundo! Nota zero para os palpiteiros.

Para nós brasileiros, a sorte foi o Papa não ser brasileiro. Qualquer eleito seria extremamente conservador e, no ano que vem, a disputa eleitoral viraria novamente uma guerra santa com a provocada por Serra no segundo turno da eleição presidencial. Azar da Christina que ganha um pedra no sapato.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lei de Responsabilidade Fiscal, de Sartori, paralizará o Estado

Caso Paese já virou piada. Juiza ignora, agora, até a Ficha Limpa

Gravações do MP mostram que Jardel negociou 10 cargos para votar favorável ao aumento do ICMS