Governo recua e irá dar explicações sobre o Marrecas, mas...

Foto: Andréia Copini
Depois de garantir a rejeição da convocação do diretor presidente do Samae, Eloi Frizzo (PSB), para dar explicações sobre as obras do Sistema Marrecas, o governo faz um recuo estratégico e disponibiliza a ida do diretor para falar de uma comissão onde o governo controla totalmente.

Reunidos no gabinete do prefeito, Alceu Barbosa Velho (PDT) os membros da comissão de Desenvolvimento Urbano e com o presidente da Câmara Edson da Rosa. A comissão é presidida pelo vereador Mauro Pereira (PMDB) que foi o único vereador situacionista que votou a favor da convocação.

O discurso agora é o da transparência mas a verdade dos fatos é outra. Primeiro tem a escolha da comissão. Presidida por Mauro Pereira o mais governista dos governistas, garantirá um palco relativamente tranquilo para Frizzo. Junte a isso a composição da comissão: Edi Carlos - PSB, Felipe Gremelmaier - PMDB, Gustavo Toigo - PDT (líder do governo na Câmara) e Neri Pereira - DEM. O espaço da oposição será quase inexistente e o da população será menor ainda.

Por fim o Samae garantirá um grande número de "aliados" na plateia. Hoje o Samae é um grande provedor de empregos para presidentes de bairros, todos aliados de Frizzo, que garantirão, obviamente, outros aliados. Esses "líderes" comunitários não tem nenhuma função prática no Samae além de receber salário e impedir que as críticas ao governo se criem.

Por isso que os vereadores Denise Pessoa e Rodrigo Beltrão, ambos do PT, queriam que Frizzo falasse para o plenário. Lá, apesar da grande maioria situacionista a oposição teria voz também.

O governo não está sendo bonzinho, ele está acoado. Essa semana até o Pioneiro questionou os inúmeros problemas do Marrecas (veja aqui). Na edição do final de semana o colunista de política Marcio Serafini chegou a questionar: "Depois de toda a mobilização feita no ano passado pela liberação dos embargos que ameaçavam a conclusão do Marrecas, incluindo um alerta de falta de água um tanto forçado, não há agora qualquer pressa da prefeitura para colocar o complexo em funcionamento".

Aliado a isso há a investigação pelo Ministério Público sobre uma possível existência de superfaturamento e sobre os problemas estruturais da barragem. Com tudo isso o governo não está interessado em transparência e sim em um palco para minimizar as criticas.

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