Triste destino das araucárias cortadas no Marrecas
O impacto ambiental da derrubada de mais de 6,5 mil aruacárias, e milhares de outras espécies, já é enorme. Pior ainda é o destino que elas estão tendo. Uma parte já foi furtada outra está apodrecendo, como já haviamos noticiado (leia aqui). As empresas que participaram do último leilão para a compra dessa madeira alegam que entre 60 a 70% dela está podre e não teria mais uso comercial.
A justificativa, para mais esse escândalo, dada pelo diretor presidente do Samae, Eloi Frizzo (PSB), chega a ser vergonhosa. Para ele a madeira apodrecida estaria nos lotes que permaneceram embargados pela Justiça por conta de ação que contestou as licenças de desmatamento. Nada mais enganoso do que isso.
O embargo do corte realmente existiu. Existiu porque a licença era frágil e foi obtida por meio de um canetação durante o governo Yeda. Mas a maior parte do corte não aconteceu durante o embargo e sim depois. Tanto que a prefeitura acabou mandando uma força tarefa de servidores para “ajudar no serviço” (leia aqui) para que a obra fosse completada a tempo para o ex-prefeito José Ivo Sartori (PMDB) inaurgurar.
Essa madeira toda já está há quase um ano depositada ao redor da represas, então não vale a desculpa de que foi culpa da ação judicial. Foi falta de cuidado e incompetência do Samae.
Agora aos técnicos do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap) vão analisar o lote e orientar o que o Samae poderá fazer. Uma das possibilidades é vender abaixo, bem abaixo, do preço de mercado. Outra seria beneficiar o que resta e repassar, por convênio, para o município, como o Procurador Geral do Município, Lauri Romário Silva, disse que faria em 2012.
Enquanto isso a Câmara de Vereadores rejeitou uma convocação do diretor presidente do Samae para dar explicações sobre o Marrecas. A bancada do PT entrou com o requerimento, na semana passada, questionando uma série de itens mal explicados na obra. Os questionamentos iam desde o aumento em mais de 200% do custo da obra, as indenizações sem autorização da Câmara, o furto e deteriorização da madeira extraída da área do lago, os vazamentos que estão aparecendo na represa e a inconclusão dela apesar da inauguração.
O requerimento foi rejeitado por 16 votos a 5, sendo um dos votos favoráveis do vereador situacionista, Mauro Pereira (PMDB). Veja abaixo como funcionou a blindagem contra a transparência.
ARLINDO BANDEIRA PP Não
CLAIR DE LIMA GIRARDI PT Sim
DANIEL ANTONIO GUERRA PSDB Sim
DENISE DA SILVA PESSÔA PT Sim
EDI CARLOS PSB Não
EDSON DA ROSA PMDB Presidente
FELIPE GREMELMAIER PMDB Não
FLÁVIO GUIDO CASSINA PTB Não
FLÁVIO SOARES DIAS PTB Não
GUILHERME GUILA SEBBEN PP Não
GUSTAVO LUIS TOIGO PDT Não
HENRIQUE SILVA PCdoB Não
JAISON BARBOSA PDT Não
JOÃO CARLOS VIRGILI COSTA PDT Não
JÓ ARSE PDT Não
MAURO PEREIRA PMDB Sim
NERI ANDRADE PEREIRA JUNIOR DEM Não
PEDRO JUSTINO INCERTI PDT Não
RAFAEL BUENO PCdoB Não
RAIMUNDO BAMPI PSB Não
RENATO DE OLIVEIRA NUNES PRB Ausente
RODRIGO MOREIRA BELTRÃO PT Sim
ZORAIDO DA SILVA PTB Não
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