Presença de Frizzo na Câmara deixou muitas dúvidas sobre o Marrecas
Foto: Luciane Modena |
Frizzo participou de uma comissão onde o ambiente era totalmente favorável (veja aqui) porém nem foi preciso a situação blindá-lo, pois faltou profundidade nos questionamentos. Praticamente só os vereadores Rodrigo Beltrão e Denise Pessôa, ambos do PT, questionaram Frizzo. Na nossa opinião ficaram muitas dúvidas no ar. Vamos a elas:
O custo total da obra
O número oficial, até agora, é de R$ 250.000.000,00. O valor inicial da obra foi de R$ 130 milhões. Em dezembro de 2009 o prefeito José Ivo Sartori declarou que a obra custaria R$ 150 milhões. Em 2010, o mesmo prefeito, falou em R$ 180 milhões e em dezembro de 2010 a Câmara de Vereadores aprovou a autorização para um financiamento de mais R$ 50 milhões (veja aqui). Em resumo. No final de 2010 o custo total já era de R$ 230 milhões!
Frizzo afirmou que o aumento do custo total da obra se deu por dois fatores. Um: a necessidade de escavações mais profundas, do que foi previsto, para as fundações da parede da barragem. Dois: A necessidade da construção da Estação de Tratamento de Morro Alegre.
Veio da plateia a contestação mais enfática contra essa explicação. O Geólgo Abrelino Frizzo que trabalhou na obras do Faxinal afirmou que os problemas “descobertos” depois pelos técnicos que projetaram a obra já eram sabidos. “o projeto foi feito por pessoas que não conhecem a região, o que acabou por elevar os gastos com a obra”.
Para a barragem estar a plena carga, entretanto, ainda será necessário mais uma obra. As adutoras que vão ligar a água do Marrecas até a região Norte. Esse financiamento, no valor de mais R$ 25 milhões será solicitado, esse ano, ao Governo Federal via PAC Saneamento (veja aqui).
Os termos aditivos
Um dos questionamentos mais feitos pela oposição foi sobre o termos aditivos nos valores dos contratos. O mais importante envolveu o consórcio Fidens-Sanenco e teria sido aumentado em 69%! (veja aqui) Ele foi aditado duas vezes. Na primeira vez, questionaram os vereadores Beltrão e Denise, o aditamento não trouxe qualquer justificativa. Somente na segunda vez ele vinha com planilhas e dados que o justificava.
Esse aditamento está sob análise do Ministério Público. O vereador Rodrigo Beltrão (PT), anunciou ontem durante sua fala sobre a investigação do contrato.
Conclusão da obra
Apesar de inaugurada a represa a água do Marrecas não chega para ninguém. A prefeitura foi irresponsável ao espalhar o pânico, junto a população de que faltaria água se a represa não fosse concluída em 2012 (veja aqui). O real objetivo era que ela servisse com fins eleitorais. Coube, novamente, a Abrelino Frizzo dar uma luz sobre o assunto. Ele falou que o Faxinal, quando foi inaugurado não houve mais racionamento. A produção de água tratada, atualmente, é o triplo da dos anos 80 e a população é o dobro, logo não poderia faltar água.
Os vereadores de oposição questionar sobre a data da real inaguração da barragem. O engenheiro do Samae Gerson Panarotto disse que entre julho ou agosto começaram as fases de teste da estação de tratamento. Depois disso é que uma parte da cidade, a região Nordeste, receberá água do Marrecas. Porém a capacidade de água utilizada será de 200 litros por segundo, 1/5 da capacidade total.
O prazo para ele ficar totalmente pronta? Ninguém sabe.
O corte de árvores e seu apodrecimento
Frizzo alegou que as árvores se deterioram por que o corte foi embargado duas vezes e, por conta disso, a madeira ficou ao relento. A obra realmente sofreu vários embargos. Segundo notícias o corte começou em dezembro de 2010. Em março de 2011 veio o primeiro embargo, esse mais longo, durou até janeiro de 2012. A maior parte da vegetação ainda não havia sido removida.
Quando o corte foi novamente embargado, em maio de 2012, só restavam 2% da área para ser cortada, tanto que o desembargador federal Luiz Carlos de Castro Lugon, revogou a medida 1 mês depois, alegando que nada mais havia para fazer (veja aqui).
Podemos concluir que durante 6 meses a madeira poderia ter sido vendida e não o foi!
Frizzo tentou colocar a culpa, nas entrelinhas, nas entidades ambientais que moveram a ação contra a prefeitura. Porém está fartamente documentado que foi por incompetência do Samae, e por consequência, da Prefeitura que as toras de auraucária estão sendo roubadas ou apodrecendo (veja aqui).
Uso irregular de servidores públicos
Frizzo e Panarotto admitiram que usaram servidores para auxiliar no removação da vegetação da área que formaria o lago da represa. Eles admitem que pararam de usar o trabalho dos servidores quando Marcos Daneluz (PT), na época vereador e hoje Deputado Estadual, fez a denúncia (veja aqui).
A prática era ilegal já que uma empresa estava sendo paga para cumprir a tarefa. A “ajudinha” era mais uma ação para conseguir inaugurar a represa antes e para que ela pudesse ser usada na campanha eleitoral.
Dúvidas que não foram perguntadas e ainda estão no ar:
- O valor pago pelas desapropriações, cerca de R$ 31 mil por hectare, é o correto?
- O que foi feito de toda a vegetação que não eram Araucárias e que também foi removida?
- Por que a altura da barragem foi aumentada? E foi isso que acabou causando a necessidade de novas fundações?
- Quem financiava as “churrascadas” que cada grupo de “visitante” desfrutava depois das visitas ao Marrecas, algumas delas com centenas de pessoas?
- Por que a escolha pelo local da obra quando o primeiro laudo da Fepam apontou que existiam opção com meio impacto ambiental?
- Por que e quem destituiu a primeira comissão da Fepam que negou a licença ambiental para as obras do Marrecas?
- Por que as licenças foram assinadas por CCs do Governo Yeda e não pelos técnicos da Fepam?
- O que foram feitos com os vestígios arqueológicos encontrados na área que agora está ocupada pelo lago?
Sempre macaco velho para despistar a farra do dinheiro publico em caxias do sul!! E campanha para eleições de 2012 milionaria para manter essa atual adm;
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