Árvores viram carvão na ETA do Marrecas

A imagem, que estampou a capa do Pioneiro desse final de semana, é emblemática. Pelo menos mil mudas de árvores nativas plantadas no acesso ao prédio da Estação de Tratamento de Água (ETA) foram totalmente queimadas. Ao que tudo indica o que causou o incêndio foi uma queimada no campo (sapeca) feita pelo vizinho da área que fugiu ao controle.

Toda a tragédia tem um tom de ironia. Essa não é diferente. Em fevereiro de 2012 os deputados estaduais promulgaram uma lei, que depois foi considerada ilegal pela justiça gaúcha, que tornava a "sapeca" legal! Essa lei teve o apoio dos deputados caxienses Maria Helena Sartori (PMDB) e Alceu Barbosa Velho (PDT), hoje prefeito. Na foto ao lado os dois estão sorridentes com a promulgação da lei, que foi feita pela assembleia após a recusa do governador Tarso Genro (PT) em sancionar a matéria (veja aqui).

Maria Helena Sartori (PMDB) e Alceu Barbosa Velho (PDT)
aplaudindo a promulgação da "Lei da Sapeca"
A comemoração durou pouco e a lei foi considerada inconstitucional. Coube a ironia da vida mostrar o desastre que é essa proposta. Não há "queimada controlada". O fogo geralmente foge ao controle. Seja porque não há capacidade técnica de quem promove a queimada, seja por que não há interesse nenhum em controlar. Quem opta pela queimada já tem no imaginário que "quanto mais queimar melhor".

Nesse caso dane-se o meio ambiente. O fato acontecido na área do Marrecas demonstra o quanto a política de "queimadas controladas" é desastrosa. Dessa vez, talvez, o proprietário receba uma multa, talvez essa multa nem seja paga. Esse fato soma-se aos outros inúmeros descasos com o meio ambiente em Caxias do Sul, principalmente no Marrecas onde já houve de tudo, até roubo de madeira.

Mas pior do que ver milhares de árvores virarem carvão é o silêncio de Maria Helena Sartori e Alceu Barbosa Velho que tanto apoiaram esse tipo de prática que ao sair de controle consumiu o patrimônio público.

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