Pérolas de Mauro Pereira Parte (já perdemos a conta)
Espaço ocupado pelo Camelôdromo não virou mais praça, virou mais rua. A população perde, os carros ganham |
Mauro Pereira (PMDB) é o vereador que gosta de se posicionar sobre tudo. Na maioria das vezes fala enormes bobagens por, simplesmente, não conhecer o assunto. Na sessão de ontem da Câmara de Vereadores, além de falar bobagem, conseguiu convencer outros 10 vereadores a lhe seguir.
A pérola da vez foi uma moção contrária a paralisação das obras da Praça da Bandeira. A interrupção da reforma na área foi solicitada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que pediu ao município um estudo arqueológico do subsolo da praça. Há manifestações de historiadores da cidade, como João Spadari Adami, indicando que tribos de índios teriam vivido na região.
Mauro Pereira defendeu que as obras não devem ser paralisadas pois, "há grande fluxo de veículos e, nas horas de pico, ocorrem engarrafamentos", como escreveu em sua moção. Sobre a possível presença de restos arqueológicos no local, Mauro dispara: "já foram feitas sondagens no local por uma empresa especializada, a uma profundidade de 12, 13 metros, e nenhum vestígio de presença indígena foi encontrado"!!!! Para o vereador Mauro Pereira pesquisa arqueológica se faz com retroescavadeira! Na verdade por desleixo da prefeitura de Caxias do Sul é possível que um parte da história tenha sido destruída.
Nada que já é ruim não pode ficar pior. Principalmente quando outros tentam dar pitaco. O líder do governo na Câmara, Pedro Incerti (PDT) sugeriu a construção de um monumento lembrando que aquele local pode ter sido ocupado por indígenas. Para Incerti tudo bem se trocarmos a história de nossa cidade por uma placa.
Jaison Barbosa (PDT) foi outro a apoiar o texto de Mauro Pereira. Paradoxalmente Jaison propôs, e presidiu, uma Comissão Especial da Câmara de Vereadores para a preservação do prédio da Maesa. Parece que o vereador pedetista não viu nenhuma contradição entre preservar um prédio antigo e não preservar uma área indígena (talvez, justamente, por ser indígena).
Contrário ao texto de Mauro falou Rodrigo Beltrão (PT): "As escavações não vão atrapalhar e a análise será técnica. Obras precisam ser construídas, mas com preservação da história. Dá para conciliar as duas coisas. Esse é o desafio: o desenvolvimento do concreto com respeito à cultura e à história", frisou Beltrão. Nessa linha da preocupação com a memória e com os registros históricos e divergindo do conteúdo da moção, se posicionaram os parlamentares Rafael Bueno e Henrique Silva (PCdoB), Denise Pessôa (PT), Virgili Costa (PDT), Zoraido Silva (PTB), Guila Sebben (PP) e Renato Nunes (PRB).
A chamada revitalização da Praça da Bandeira, na realidade é a retirada de espaço da praça para estacionamento e alargamento da Moreira Cesar. O trânsito na região está saturado, principalmente, pelo descontrole no fornecimento de alvara de funcionamento para a FSG. A Faculdade tem se expandido na região e não tem feito nenhuma medida compensatória, que deveria ser exigida para grandes empreendimentos, para diminuir o impacto que ela causa no trânsito. Ao invés disso os cidadãos caxienses perdem um pedaço de uma praça a o trânsito fica mais caótico na região.
Veja abaixo como votaram os vereadores. Quem votou SIM votou favorável ao texto de Mauro Pereira.
ARLINDO BANDEIRA PP Sim
CLAIR DE LIMA GIRARDI PT Não
DANIEL ANTONIO GUERRA PRB Não
DENISE DA SILVA PESSÔA PT Não
EDI CARLOS PEREIRA DE SOUZA PSB Sim
EDSON DA ROSA PMDB Sim
FELIPE GREMELMAIER PMDB Sim
FLÁVIO GUIDO CASSINA PTB Sim
FLÁVIO SOARES DIAS PTB Sim
GUILHERME GUILA SEBBEN PP Não
GUSTAVO LUIS TOIGO PDT Presidente
HENRIQUE SILVA PCdoB Não
JAISON BARBOSA PDT Sim
JOÃO CARLOS VIRGILI COSTA PDT Não
MAURO PEREIRA PMDB Sim
NERI ANDRADE PEREIRA JUNIOR SDD Sim
PEDRO JUSTINO INCERTI PDT Sim
RAFAEL BUENO PCdoB Não
RAIMUNDO BAMPI PSB Sim
RENATO DE OLIVEIRA NUNES PRB Não
RODRIGO MOREIRA BELTRÃO PT Não
WASHINGTON STECANELA CERQUEIRA PDT Não Votou
ZORAIDO DA SILVA PTB Não
Interessante, passo pela praça constantemente e não lembro de escavações de 12 ou 13 metros de profundidade. Será mais um chutômetro do nobre edil municipal?
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