Ranking da Veja dá nota Zero para Aécio Neves

A ironia é irônica se não não seria ironia, fazendo uma reflexão aos moldes do futuro governador Sartori. E a ironia, mais irônica de 2014, foi o "Ranking do Progresso" da revista Veja. Ele constata algo que muita gente já sabia. Aécio Neves (PSDB) é o pior senador do Brasil. Mais do que isso é o pior integrante do Congresso Nacional.

Segundo o ranking, divulgado pelo quarto ano consecutivo, o senador mineiro recebeu nota 0, isso mesmo ZERO. A listagem elaborada pela revista e pelo Núcleo de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Necon), leva em consideração 9 pontos considerados essenciais pela revista que seriam capazes de contribuir para um país mais moderno e competitivo. Os eixos são: carga tributária menor, mas simples e sem imposto em cascata; infraestrutura (estradas, portos, aeroportos); combate à corrupção; melhor gestão de gastos públicos; sistema educacional universal e eficiente; marco regulatório claro e respeitado (agências reguladoras técnicas e independentes; simplificação de regras e podas da selvagem burocracia; governabilidade (relação entre poderes) e relações trabalhistas.

Conforme o voto, apresentação de projetos, emendas ou discussão do parlamentar ele recebe uma nota. Não se avalia a quantidade de projetos, nem a assiduidade. Com esses critérios se estabeleceu a lista. Entre os senadores os 10 primeiros são: Eduardo Amori (PSC/SE), Lindberg Farias (PT/RJ), Armando Monteiro (PTB/PE), Anibal Diniz (PT/AC), Eunício Oliveria (PMDB/CE), Antonio Carlos Valadares (PSB/SE), Zeze Perella (PDT/MG), Waldemir Moka (PMDB/MS), Randolfe Rodrigues (PSOL/AP) e Cleisi Hoffmann (PT/PR). Nenhum tucano! O melhor colocado do PSDB aparece em 26º com Cicero Lucena (PB).

A listagem caiu como uma bomba na rede, que não poupou a contradição do semanário que há anos tenta vender, explicitamente, Aécio Neves como a salvação para o país e no seu próprio ranking coloca ele em último lugar e com nota ZERO. Isso significa que ele não apresentou nenhum projeto, nenhuma emenda, não fez nenhum pronunciamento que defendesse qualquer um dos 9 eixos que a Veja considera fundamental para o pais. Imagina o desastre que seria se ele tivesse sido eleito!

Em uma tentativa desesperadora a revista fez uma emenda, que saiu pior que o soneto. Para tentar justificar a nota ZERO de Aécio Neves a Veja tentou dizer que isso era um "ponto fora da curva". "Candidato à Presidência desde junho deste ano, Aécio saiu em campanha pelo país, o que evidentemente o afastou de Brasília e da movimentação cotidiana do Senado. Era natural, dada a ausência, imperativa aos candidatos a qualquer cargo, mas sobretudo aos postulantes a presidente, que Aécio fosse penalizado por dedicar menos tempo à atividade legislativa", afirmou a revista numa edição, a posteriori, da reportagem.

Pura balela. Dezenas de outros nomes, melhor classificados, participaram de campanhas eleitorais, mesmo assim ficaram melhor, bem melhor, e bota melhor colocados nisso. Exemplos são Lindberg Farias, que concorreu ao governo do Rio de Janeiro e Ana Amélia Lemos (PP) que concorreu ao governo gaúcho.

A questão é que quando confrontados com critérios objetivos não há o que discutir. As invenções conservadoras são sempre um desastre. Os deputados e senadores "queridinhos da mídia" tem atuação medíocre no Congresso. Seu prestígio vem unicamente do largo espaço que recebem nos veículos de comunicação. Quando sua produção é avaliada percebe-se que eles são uma farsa.

E os gaúchos?


Para contentar o nosso bairrísmo, o Polenta News, separou os parlamentares gaúchos da lista geral. No Senado, Ana Amélia Lemos (PP) é a melhor colocada na 25ª posição. Depois tem Paulo Paim (PT) em 34º e Pedro Simon (PMDB), "queridinho da mídia gaúcha", em 53º.

Na Câmara dos Deputados, entre os 10 primeiros 5 são do PT e um é do PCdoB. O deputado Marcon, que tem vínculos muito fortes com o MST, aparece em 12º na lista geral. Mais um preconceito midiático que se desmonta. O primeiro deputado federal gaúcho, realmente de oposição ao governo Dilma, só aparece em 81º com Onix Lorenzoni (DEM).

E no fim da tabela? Aí que a ironia fica irônica mesmo. Danrlei de Deus (PSD), Luiz Carlos Heinze (PP) - que disse que sem terra, negro e quilombola não prestam, Vieria da Cunha (PDT) - futuro secretário estadual de educação, Jerônimo Goergen (PP) e Beto Albuquerque (PSB), candidato a vice presidente na chapa de Marina Silva. Todos fieis cabos eleitorais da candidatura Sartori.

Veja abaixo o ranking dos parlamentares gaúchos. O número a esquerda é a posição no ranking geral e o da direita é a nota de 0 a 10.

Câmara dos Deputados: 
12 - Marcon (PT) - 8,42
26 - Henrique Fontana (PT) - 7,87
40 - Marco Maia (PT) - 7,43
47 - Paulo Pimenta (PT) - 7,24
51 - Manuele D'Ávila (PCdoB) - 7,05
60 - Jose Stédile (PSB) - 6,87
74 - Ronaldo Zulke (PT) - 6,5
81 - Onix Lorenzoni (DEM) - 6,26
93 - Darcísio Perondi (PMDB) - 5,98
107 - Afonso Hamm (PP) - 5,63
108 - Assis Melo (PCdoB) - 5,62
112 - José Otavio Germano (PP) 5,52
119 - Nelson Marchezan Junior (PSDB) - 5,38
120 - Enio Bacci (PDT) - 5,37
122 - Eliseu Padilha (PMDB) - 5,28
126 - Pepe Vargas (PT) - 5,18
127 - Sergio Moraes (PTB) - 5,17
133 - Maria do Rosário (PT) - 5,1
138 - Alceu Moreira (PMDB) - 4,93
142 - Gionavi Cherini (PDT) - 4,85
145 - Luiz Carlos Busato (PTB) - 4,74
161 - Bohn Gass (PT) - 4,42
173 - Alexandre Roso (PSB) - 4,18
173 - Vilson Covatti (PP) - 4,18
179 - Renato Molling (PP) - 4,06
182 - Osmar Terra (PMDB) - 3,99
184 - Danrlei de Deus (PSD) - 3,88
185 - Luiz Carlos Heinze (PP) - 3,87
212 - Vieria da Cunha (PDT) - 3,02
230 - Jerônimo Goergen (PP) - 2,15
237 - Beto Albuquerque (PSB) - 1,24

Senado:
25 - Ana Amélia (PP) - 5,62
34 - Paulo Paim (PT) - 4,63
53 - Pedro Simon (PMDB) - 3,64

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