Reajuste de salários: acoado Sartori muda discurso e opta pela demagogia

Acoado por receber críticas de todos os lados depois de ter sancionado os reajustes do próprio salário, do vice, secretários, deputados, além do topo dos cargos do judiciário, o governador José Ivo Sartori (PMDB) e o vice, José Cairolli (PSD), optaram por abrir mão do reajuste salarial que teriam direito.

A decisão foi divulgada na manhã de hoje (19) em uma coletiva no Palácio do Piratini. A pressão foi tanta, que três dias depois da sanção do projeto aprovado pela Assembleia Legislativa, Sartori voltou atrás de sua decisão.

Porém isso não significa que o salário deles vá reduzir. Na prática o governador abrirá mão de cerca de R$ 8 mil e o vice de R$ 7 mil. Mas eles podem voltar a receber os novos valores quando quiserem. Em comunicado na manhã de hoje o governador afirmou: "É uma decisão de caráter pessoal, por prazo indeterminado, do governador e do vice-governador”, ou seja, a decisão pode ser revertida a qualquer momento.

O salário de R$ 25 mil continuará valendo por quatro anos e um novo reajuste, se vier, será sobre esse valor.

No final das contas o governador optou pela demagogia. Como não tinha como justificar o reajuste, depois de espalhar o terrorismo dizendo que o estado está quebrado e, por isso, pedia sacrifícios a todos, Sartori optou por desviar o foco da sua desastrada decisão. Na prática ele pode voltar a receber o salário integral no mês seguinte sem ninguém notar. A decisão, que seria digna de aplausos, é enviar um projeto à Assembleia revogando o reajuste.

Sartori tentou justificar a mudança de discurso dizendo: “Acho que quem mais erra é que não tem humildade de eventualmente voltar atrás". Parece muito nobre. Só parece. Na sexta feira, foi taxativo em dizer exatamente o contrário: "Vou assumir a decisão e suas consequências".

Não assumiu!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lei de Responsabilidade Fiscal, de Sartori, paralizará o Estado

Caso Paese já virou piada. Juiza ignora, agora, até a Ficha Limpa

Gravações do MP mostram que Jardel negociou 10 cargos para votar favorável ao aumento do ICMS