Sindicato patronal prevê demissão de 20 mil trabalhadores por causa do calote de Sartori

Uma assinatura pode gerar mais de 20 mil trabalhadores desempregados. Essa pode ser a consequência do decreto que suspende o pagamento das dívidas do estado, assinado pelo governador José Ivo Sartori (PMDB). A afirmação foi feita pelos Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Rio Grande do Sul (Seeac) e pelo Sindicato das Empresas do Ramo da Construção Civil (Sinduscon).

O Seeac representa empresas que atualmente mantêm contratos para fornecer funcionários de limpeza, recepção, portaria e telefonistas. Segundo o diretor-executivo da entidade, Sérgio Almeida, no Palácio da Polícia, principal sede da Polícia Civil gaúcha, há hoje 650 trabalhadores que garantem serviços básicos no local, sob contratos terceirizados.

"Trabalhamos com a projeção de 20 mil demissões caso essa medida se concretize. As empresas não irão suportar esse calote". Conforme ele, o setor tem hoje 60 mil empregados e, do total, de 32% a 36% atua através de contratos estaduais.

O vice-presidente do Sinduscon, Aquiles Dal Molin, também diz que a suspensão de pagamentos, definida pela nova gestão do governo estadual, deve gerar desemprego. "Há a possibilidade de demissões, com certeza. É uma tentativa de resolver um problema do estado com custo da iniciativa privada que custeou o estado. Isso tem repercussão na qualidade dos fornecedores. Inclusive no valor de aquisições que o estado fará no futuro", afirmou.

A aposta do secretário estadual da fazenda, Giovani Feltes (PP) de que os fornecedores podem oferecer grandes descontos para conseguir receber antes é contestada por Dal Molin que faz um alerta: "a medida [calote] pode custar ainda mais caro ao estado, já que as empresas poderão buscar ressarcimentos na justiça".

Outra preocupação pode ser os "pagamentos seletivos". Por decisão do secretário empresas poderiam receber os valores antes do prazo final do decreto abrindo um espaço, bastante fértil, para a troca de favores.

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