Deputados que querem CPI da Petrobras receberam doações de empresas que seriam investigadas

Dos 15 parlamentares já indicados para compor a CPI da Petrobras, 10 receberam doações, durante a campanha eleitoral, de empresas suspeitas de superfaturarem obras e formarem cartel.

A maior parte dos integrantes são da oposição, os partidos da base do governo, entre eles PT, PMDB e PP ainda não indicaram todos os seus membros.

Os 10 deputados receberam, juntos, R$ 1,9 milhões em doações de empreiteiras como Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS, UTC, Carioca Engenharia, Galvão Engenharia e empresas do grupo Queiroz Galvão.

O deputado Hugo Motta (PMDB/PB), provável indicado para presidir a comissão recebeu R$ 455 mil de duas empreiteiras suspeitas, a Andrade Gutierrez e a Odebrecht. As duas fizeram contribuições para a direção nacional do partido que depois repassou ao candidato.

O levantamento das doações foi feito pelo jornal Estado de São Paulo e constatou também outros nomes, com doações graúdas. Julio Delgado (PSB/MG) foi quem recebeu o maior volume de recursos. A direção nacional do PSB repassou R$ 200 mil da Andrade Gutierrez e R$ 100 mil da Queiroz Galvão Alimentos. Ainda o diretório estadual do partido repassou ao candidato R$ 50 mil da Odebrecht e ele recebeu como doação direta outros R$ 30 mil.

O presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força (SD/SP) recebeu das empreiteiras R$ 348 mil repassados pelo diretório estadual.

Outros deputados contemplados com recursos das empreiteiras, que serão ou seriam alvo das investigações da CPI são:

  • Arnado Farias de Sá (PTB/SP)
  • Onyx Lorenzoni (DEM/RS)
  • João Carlos Bacelar (PR/BA)
  • Paulo Magalhães (PSD/BA)
  • Bruno Covas (PSDB/SP)
  • Izalei (PSDB/DF)
  • Otávio Leite (PSDB/RJ)
  • Felix Mendonça Júnior (PDT/BA)


Vale ressaltar que nenhuma dessas contribuições, a princípio, são ilegais, mas elas demonstram duas coisas que estão muito errado. A primeira é que o time escalado para investigar, também as ações das empreiteiras, recebeu dinheiro das mesmas. Aqui fica evidente uma completa falta de isenção. O segundo erro: o financiamento empresarial de campanhas que injeta milhões de reais nas campanhas e acaba criando bancadas para a defesa dos interesses empresariais.

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