Governo e lideranças dos caminhoneiros fecham acordo

Após horas de reunião entre governo, empresário do setor e liderança dos caminhoneiros, chegou-se ao acordo uma pauta mínima de reinvindicações que será cumprida pelo governo e pelos empresários. Entretanto, para ele começar a ser cumprida o compromisso é o fim do movimento de bloqueio das estradas.

Por parte do governo federal houve o comprometimento de sancionar, sem vetos, a Lei dos Caminhoneiros, que estabelece uma jornada de trabalho de 12 horas para esse profissional entre outros pontos.

Ficou estabelecido uma carência de 12 meses para todos os financiamentos do BNDES Finame e do BNDES Pro-caminhoneiro. Ainda há um compromisso de que o Diesel não será reajustado nos próximos 6 meses.

As empresas se comprometeram, junto com o caminhoneiros e com o governo de criar uma tabela referencial de frete válida para todo país. Essa é uma reivindicação que existe desde 1999.

Para o Ministro da Secretaria Geral de Governo, Miguel Rossetto, a proposta apresentada atende em grande parte as demandas do movimento. "Só a Lei do Caminhoneiro, que Dilma sancionará na íntegra, garante uma dezena de conquistas a esses trabalhadores", afirmou o ministro.


O acordo também agradou representantes dos trabalhadores caminhoneiros. É o caso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), que representa mais de 150 sindicatos filiados e oito federações de trabalhadores de transportes no país. “Fizemos o acordo com o Governo para encerrar a paralisação porque nunca tivemos tantos avanços quanto nesta negociação”, confirma o presidente da CNTTL, Paulo João Estausia.

Apesar do acordo ter sido assinado por representantes do movimento (copia do documento no final da matéria) ainda existem bloqueios em vários estados. Parte dessa resistência tem duas motivações. Uma delas é a nítida partidarização do movimento que atinge, principalmente, a Região Sul. Há também uma forte presença de empresários do setor de transporte e de latifundiários como o Polenta News já havia alertado (veja aqui).

Um dos líderes do movimento, que não se alinharia aos vários sindicatos da categoria, Ivar Schmidt, que segundo ele mesmo é responsável por 100 bloqueios, ou seja todos, pelo país, é empresário do setor. Ele é dono de uma empresa transportadora em Mossoró. Paradoxalmente não há nenhum bloqueio no Rio Grande do Norte. Provavelmente seus caminhões estejam trabalhando normalmente.

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