O assombroso silêncio no Brasil em torno do escândalo HSBC


Simplesmente inaceitável o silêncio no Brasil em torno do vazamento das contas secretas do HSBC na Suíça. A investigação, originada pelo vazamento da lista dos correntistas secretos feita por um funcionário do banco, apontou mais de US$ 100 bilhões, de 106 mil clientes de 203 países. O que essas contas todas tem em comum? Nenhuma paga imposto no seu país e muitas tem origem duvidosa.

O Brasil é o quarto país com maior número de contas. São 8.667 contas com US$ 7 bilhões sonegados. Diante de números tão superlativos seria de se esperar capas e capas de jornais, além de vazamentos de listas com os nomes "famosos" de correntistas.

Mas o que se vê é o contrário. Um passeio pelos twitters de colunistas, da grande mídia, que diariamente soltam verborragia para falar da corrupção pode-se constatar um silêncio sepulcral sobre o caso.

No twitter do Noblat? Centenas de mensagens e nenhuma sobre o HSBC.

E no Reinaldo Azevedo, da verborrágica Veja? Nada!

Onde está a indignação? Onde está a estridência habitual? Onde está o sentido de notícia?

Em outros países começaram a aparecer os donos das contas. Na Argentina, o Clarín encabeça o pelotão dos sonegadores. Graças a um site angolano, soube-se que o Rei do Ônibus do Rio, Jacob Barata, também está listado.

No Paraguai o atual presidente, Horacio Cartes, admitiu que teve duas contas no HSBC. Cartes é um multimilionário paraguaio dono de um conglomerado de 25 empresas. Ele foi eleito presidente depois do golpe institucional que derrubou o presidente Fernando Lugo.
Na lista internacional aparecem nomes como o piloto Fernando Alonso; o cantor David Bowie; o rei de Marrocos, Mohammed VI; o rei da Jordânia, Abdullah II, o designer de moda Valentino; a modelo Elle McPherson; os atores Christian Slater e John Malcovich; o banqueiro Edouard Stern e o motociclista Valentino Rossi.

O único brasileiro citado até agora é o banqueiro Edmond Safra, que morreu em 1999.

A imprensa brasileira que é tão ágil para conseguir listas de nomes, gravações sigilosas e depoimentos bombásticos está curiosamente calada. Será que é o receio de encontrar alguns de seus chefes no esquema?

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