Dia de Luta Antimanicomial: você sabe o que é isso?

Hoje, dia 18 de maio, é o Dia de Luta Antimanicomial.  O Movimento da Luta Antimanicomial defende os direitos das pessoas com sofrimento mental e combate a ideia de que se deve isolar essas pessoas em nome de pretensos tratamentos. Infelizmente, ainda hoje, os portadores de sofrimento psíquico sofrem muitos preconceitos que cercam a doença mental. 

O Movimento da Luta Antimanicomial teve seu início em 1987. Naquele ano, a discussão se deu principalmente em torno dos absurdos que aconteciam nos manicômios. Choques, pessoas amarradas e dopadas 24 horas por dia, lobotomia, são apenas algumas das realidades encontradas em diversos manicômios antigamente. Algumas práticas persistem em muitas clínicas psiquiátricas, já que hoje não existem mais os denominados "manicômios".

Embora as pessoas achem que o manicômio é um lugar de pessoas loucas para que elas melhorem, não é. Na verdade, a maioria das clínicas atuais tem fortes raízes nas formas manicomiais de tratamento de seus pacientes e acabam sendo simplesmente um depósito de seres humanos, afastando essas pessoas do convívio social. 

O Movimento da Luta antimanicomial faz lembrar que como todo cidadão, estas pessoas têm o direito fundamental à liberdade, ao direito a viver em sociedade, além do direito a receber cuidado e tratamento sem que para isto tenham que abrir mão de seu lugar de cidadãos.

A Carta de Bauru, de 1987, foi o primeiro manifesto dos trabalhadores da saúde mental e usuários do sistema e teve um importante destaque no avanço da Reforma Psiquiátrica brasileira, "Buscando além do fechamento dos Leitos Psiquiátricos e de todas as instituições manicomiais, a transformação de toda a sociedade em defesa do respeito à diferença, das diversidades, da equidade, superação da exploração da força de trabalho em favor de uma oligarquia repressora e a defesa da Democracia".

Atualmente, o Movimento Antimanicomial  pelo fechamento dos hospitais psiquiátricos, pela ampliação dos CAPS 24 horas, pela melhoria da qualidade destes serviços e pela ampliação de serviços complementares, como os Residenciais Terapêuticos, as oficinas de geração de renda, os trabalhos com arte e cultura, etc.

Nesse sentido, fica clara a compreensão de que o manicômio é a expressão de uma estrutura que se faz presente nos diversos mecanismos de opressão da sociedade capitalista, que exclui e encarcera quem incomoda.

Afinal, quem pode ser considerado louco hoje em dia?

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