Abandonar Cunha é ‘covardia’, diz deputado do DEM
Publicado originalmente em Congresso em Foco
“Você está enganado. Não deve me conhecer. Não abandono o barco, isso quem faz são os covardes”, disse o deputado.
Fraga, que é tenente-coronel reformado e um dos principais articuladores da bancada da bala no Congresso, posicionou-se contra o líder de seu partido na Câmara, Mendonça Filho (PE). Líderes de DEM, PSDB, PSB, PPS e SD na Casa publicaram nota pedindo o afastamento do peemedebista depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter confirmado que o Ministério Público da Suíça enviou documentos a Brasília, na última semana, em que Cunha e seus familiares são apontados como beneficiários finais de contas naquele país.
Segundo Fraga, a nota foi divulgada precipitadamente, já que o assunto não foi discutido com a bancada do DEM. “Ele (Mendonça Filho) não deveria ter feito essa nota, como foi feita. Esse é o pensamento do Mendonça Filho, não é o pensamento do Democratas. Aquilo foi uma cagada”, fustigou o parlamentar, desculpando-se em seguida pelo uso do termo chulo.
Quanto às denúncias contra o peemedebista na Suíça remetidas ao Brasil, Fraga disse que só acreditará na história quando vir as provas. “Não estou dizendo aqui que Eduardo Cunha é santo, eu não sei. Dinheiro na Suíça a maioria desses políticos aí tem. Você acha que Renan Calheiros não tem? Acha que Eunício [Oliveira, líder do PMDB no Senado]… Enfim, esses figurões aí da política não têm? Todo mundo tem. Todo mundo que tem dinheiro.”
Enquanto não tem em mãos os documentos contra Cunha, Fraga diz que manterá o apoio ao peemedebista sob o argumento da “presunção da inocência”, que nada mais é que o popularmente conhecido “todos são inocentes, até que se prove o contrário”. “Os partidos de oposição encontraram em Cunha a voz que poderia levar adiante essa avalanche de denúncias que existe contra o governo,” arrematou Fraga, em demonstração de como o peemedebista serve aos propósitos da oposição.
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