Aparecem os extratos bancários da conta de Cunha na Suíça

A situação ficou complicada para o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Depois de ter negado, na CPI da Petrobras, ter contas além das declaradas em sua prestação de contas, começaram a aparecer os extratos bancários de contas suas na Suíça.

Documentos remetidos pelo Ministério Público Suíço apontam que Cunha usou empresas offshore, de paraísos fiscais, para movimentar contas bancárias na Suíça. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo.

Esses documentos confirmam o depoimento do lobista João Augusto Rezende Henriques, um dos operadores do PMDB na Petrobras.

O Ministério Público da Suíça decidiu encaminhar à Procuradoria Geral da República (PGR) um procedimento aberto naquele país para investigar o presidente da Câmara por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro. As investigações começaram em abril e tanto o MP da Suíça quanto a PGR entenderam que as chances de punição do deputado são maiores no Brasil. Ele não pode ser extraditado, por exemplo, como constou em comunicado oficial da PGR sobre a existência das contas bancárias e da investigação.

A PGR faz uma avaliação dos extratos bancários encaminhados pela Suíça. Até agora, já se sabe da veracidade do depoimento do lobista do PMDB e que as contas são de empresas offshore vinculadas à Cunha.

Também seriam controladoras de contas na Suíça, onde estão depositados e bloqueados cerca de US$ 5 milhões, a mulher e uma filha do presidente da Câmara. Empresas offshore abertas em paraísos fiscais costumam ser usadas para esconder os verdadeiros beneficiários dos negócios.

A partir da chegada do procedimento de investigação remetido pelo Ministério Público da Suíça, a PGR deve abrir um novo inquérito para investigar Cunha. Se a apuração já estiver em fase avançada, uma vez que é feita desde abril pelos procuradores suíços, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pode oferecer denúncia diretamente ao STF.

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