Paralisação dos caminhoneiros é política e não conta com apoio das lideranças da categoria

Com a possibilidade de ser deflagrada amanhã, dia 9, a paralisação dos caminhoneiros não conta com o apoio dos sindicatos e associações de caminhoneiros pelo país. Mais do que isso, a paralisação não conta com nenhuma pauta e a única reivindicação é a renúncia da presidenta Dilma.

O articulador do movimento é Ivar Schmidt, dono de uma frota de caminhões no Rio Grande do Norte. No começo do ano ele foi uma das lideranças da paralisação, embora não tenha havido nenhum bloqueio em seu estado.

O movimento irá declarar apoio ao Movimento Brasil Livre, MBL, que está acampado em frente ao Congresso Nacional há 15 dias.

Esse apoio deixa claro que o objetivo é usar os caminhoneiros como massa de manobra.

A paralisação não conta com apoio das lideranças sindicais e de associações de caminhoneiros. Nem da bancada ruralista na Câmara (que vê o movimento com preocupação em relação ao escoamento da produção).

André Costa, presidente da Federação dos Caminhoneiros autônomos do RS e de SC é taxativo. "Pelo o que percebemos, alguns infiltrados estão usando o caminhoneiro para instigar um golpe de Estado".

A mesma opinião tem o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Campo Mourão, no Paraná, José Severino Provasi. "O pessoal está fazendo a paralisação para pedir a saída da Dilma. Não tem nada a ver com o caminhoneiro, pelo contrário, a classe está sendo usada", criticou.

Até mesmo lideranças das primeiras greves dos caminhoneiros, durante o governo FHC, critica o movimento. "Os sindicatos não estão envolvidos com isso, não temos nada a ver com isso", afirma Nélio Botelho, do Movimento União Brasil Caminhoneiro.

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