Alceu desiste de concorrer e embaralha a sucessão para a prefeitura de Caxias do Sul

O prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) anunciou, na manhã de hoje, que não irá concorrer à reeleição em outubro próximo.

Em sua entrevista coletiva Alceu afirmou que nunca pensou em reeleição. "Maio mundo, das pessoas, que convivem comigo, sabia que eu não iria à reeleição".

Ainda segundo o prefeito ele diz que vai voltar a advogar. "Minha filha está se formando em Direito. Ela vai ser advogada, vai ter a minha profissão. E eu quero ajudá-la", afirmou.

Ao final da entrevista Alceu defendeu o nome de Edson Néspolo (PDT) como candidato a prefeito com o PMDB de vice, para a defesa do projeto de governo atual.


O que Alceu não falaou


O discurso de não querer reeleição é absolutamente risível. Alceu completará, no final do ano, 12 anos e governo (8 como vice e 4 como prefeito). Talvez ele tenha sido o político que mais tempo governou Caxias do Sul.

Nos bastidores outros motivos surgem. Um deles seria a precária condição financeira que enfrente a prefeitura de Caxias do Sul. A quase totalidade das obras feitas na cidade - tanto no governo Alceu, como no governo Sartori -  tiveram recursos diretos ou financiamentos do Governo Federal. Essas recursos se tornarão escassos, ou não existentes, dependendo das decisões tomadas em Brasília em relação ao impeachment. Um governo Temer, por exemplo, promoverá cortes significativos nos investimentos para alcançar o "equilíbrio fiscal".

Outro motivo seria a dívida bilionária na ação judicial da família Magnabosco em relação a área do bairro Primeiro de Maio. Somam-se a isso as dívidas do Fundo Municipal de Recursos Hídricos que ainda não foi devolvido à população e mais outros perrengues judicias, colocariam o caixa do município em mais problemas.

Então Alceu estaria apostando em sair do governo com popularidade. Isso seria melhor do que concorrer, ganhar e amargar um governo impopular.

Ainda há um terceiro motivo. Há uma vaga livre para o Tribunal de Contas do Estado. Uma indicação com uma remuneração muito grande e, mais importante, vitalícia.


Manutenção da base governista


Com a saída de Alceu a manutenção da base governista, de 19 partidos, é um desafio. O primeiro é manter todos os partidos juntos. O PR - que foi tomado de assalto pelo vereador Renato Nunes - já saiu da base do governo e unto com o PRB terão candidato a prefeito. O PCdoB também saiu da base e terá candidato a prefeito. Recentemente o PEN tomou o mesmo caminho e vai se coligar com PRB e PR.

Há ainda uma multidão de siglas de aluguel que foram criadas apenas para garantir mais tempo de televisão e rádio. Só que houve uma mudança na lei eleitoral e apenas os 6 maiores partidos da coligação contam no cálculo do tempo. Isso fará com que o poder de negociação de muitas siglas seja praticamente nulo.

Para embaralhar o cenário o PP, que já estava com vontade de lançar um candidato, pode confirmar essa vontade. O PMDB também tem esse desejo. Até agora o governador Sartori é que segurou os ânimos dos peemedebistas mais afoitos. Feldmann e Mauro Pereira são dois nomes que demonstram muita vontade de concorrer.


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